sábado, 20 de fevereiro de 2010

A família ideal


Quantos questionamentos podemos fazer a partir desta frase: Família ideal.

Penso que todos nós idealizamos uma família. Desde pequenos queremos que nossa família seja a mais legal, a mais bonita e a mais bem sucedida. E quando entramos na escola, bem pequenos, começamos a achar que a família do amiguinho é muito melhor que a nossa. Na adolescência é a mesma coisa, ou pior ainda: Somos inclinados a achar que família é um porre e que se o mundo fosse povoado somente por amigos, seria um paraíso. Passada a fase da juventude em já nos tornamos auto-suficientes e os supra-sumo do conhecimento, família passa a ser um enfadonho compromisso nos aniversários e compromissos sociais.
Então nos casamos e vem os filhos. - Nossa! Como pode ser? Eu cheio de boa-vontade e conhecimento e o filhinho do meu amigo é muito mais educado. Meu filho só chora, faz birra e quer tudo o que vê no shopping. Fico pensando em como ele pode ser mal agradecido quando trabalho de domingo a domingo para dar comida, escola, brinquedos caros, etc, etc. O problema é da minha mulher que não cuida direito da educação e ainda vem a mãe dela dar palpite.
...E ela pensa exatamente como ele. É tudo culpa do folgado que não ajuda em nada em casa. Vou me separar porque sozinha conto comigo mesma e vai ser muito melhor.
O casal se separa, casa de novo e nada das coisas melhorarem...

E voltamos à família ideal. Onde está, e como é esta família? Existe mesmo?

Dom Joaquim Carrera nos alerta que a família ideal é onde todos se esforçam para se amar e se respeitar.
A possibilidade, então, da família ideal deixa de ser do outro e passa a ser minha. A partir do meu Encontro com Deus, em que O escuto e deixo que Ele opere em mim sua vontade. Da minha fé.

Olhar o outro com olhos de amor, de aceitação. É óbvio que podemos expressar nossas emoções e muitas vezes corrigir o rumo de nossas vidas. Mas com compreensão, com amor. É um exercício diário e constante. Difícil. Um dia mais atento, no outro nem tanto, mas certos de que nas mãos de Deus tudo podemos.

Acabo de me lembrar de uma passagem que Santa Teresinha relata no livro História de uma Alma. Ela conta que tinha uma freira no convento que ela não gostava muito e que era recíproco, porque a freira também não gostava dela. E um dia por inspiração de Deus ficou pensando sobre sermos criados a imagem e semelhança de Deus. Como podia aquela freira ser a imagem de Deus? Mas Teresinha se auto-propôs um exercício: Ao olhar para aquela irmã sempre veria a face de Deus. E assim fez. Sempre que passava com ela, se esforçava para ver a Imagem de Deus e sorria para ela, cumprimentava, respeitava. Ela se esforçou em amar e respeitar e a relação das duas mudou.
Acho que é isto que Dom Joaquim quis nos dizer no encontro de formação nas Paulinas na última quinta-feira (18/02/10): A família ideal é onde todos se esforçam para se amar e respeitar.

E fica a pergunta: Quanto estou me esforçando para minha família ser melhor?

Os encontros com Dom Joaquim sobre Pastoral Familiar acontece dia 24/02, 03/03 e 18/03. Às 19:30h no auditório das Paulinas na Ana Rosa. Estão todos convidados!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Quando nossos filhos casam.


Muitas vezes precisamos experimentar certas situações para entender o plano de Deus. Bom seria se fosse diferente, mas a vida é assim.

Por isto, hoje estou pensando nos pais que tem seus filhos crescidos e que irão se casar. Então me veio a mente esta passagem da Bíblia: ... o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois constituirão uma só carne (Gn 2,24).

E por que estou pensando nisto? Simplesmente porque tenho mais uma filha se casando e nós pais desejamos do fundo do coração que nossos filhos sejam os mais felizes e os mais bem sucedidos na vida. E ainda temos a ousadia de achar que temos todas as respostas e todos os caminhos para felicidade deles. Certamente não lemos a Bíblia, ou não entendemos projeto de Deus e ainda esquecemos do nosso passado de recém-casados.

Nós pais precisamos entender que agora chegou o tempo de realizar a obra de Deus e que no casamento serão uma só carne, ou seja, inicia a vida familiar deles. Haverão momentos de divergências e ajustes. Eles casam com uma bagagem grande demais e aos poucos vão ajeitando tudo conforme a sua vontade. Casam com nosso jeito de ser, com as experiências vividas, com os sonhos, com as frustrações que carregam desde o berço. Esta é a bagagem deles que terão de arrumar, moldar e fazer caber na nova casa. Pode até ser que algumas coisas deixarão para trás...mas nós já mais velhos, não gostamos de jogar nada fora né? Tantos apegos...

E ai vem Deus e diz o impensável, como será que Ele ousou dizer: Deixará pai e mãe...

Nós não fomos preparados para este momento: Mas são meus filhos! Mas coitadinha de minha filha, como vai dar conta sozinha da casa e trabalhar? Nossa! O que ganham não vai dar para despesas, é melhor fazerem compras no mercado X. Mas as roupas dele eu lavava com amaciante Y e agora ela quer K. Não! O meu feijão deixo de molho na véspera. Como? Não tem feijão? Ele vai emagrecer, vou fazer pelo menos almoço todo domingo para eles. Só quero ajudar.

E assim, a lista de coisas a se intrometer vai ficando grande.

Vou repetir: "Deixará pai e mãe".

Aqui começa o projeto de vida a dois. E este projeto é Divino e deve ser eterno. A novidade para nossos filhos é muito maior do que para nós. Agora nos resta confiar naquilo que plantamos. É a hora do maior exercício de amor: Aceitar os projetos deles. Aceitar o jeito deles construírem seu lar. Apoiá-los nas decisões, nos erros e nos acertos. Estar ao alcance deles sempre que precisarem e sem o velho e inconveniente "mas eu sabia ou eu avisei".

E Deus é mesmo maravilhoso para conosco: Nossos filhos se casam, não farão mais parte do nosso dia a dia em casa. Mas nos deixam momentos único gravados no coração (nascimento, primeiro dia das mães, dos pais, primeira cartinha, as bagunças e farras são histórias engraçadas, formatura, etc).

Mas levam consigo muito de nós. Desde DNA até certas manias. E quando chega o momento certo vem os netos para nos dar a possibilidade de nos renovar, amar e mimar.

E agora que nossos filhos cresceram, chegou o tempo de alegria e reviver nossos momentos de vida a dois.
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Deus seja sempre louvado!



terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Diferença entre Casamento e Matrimônio

Todos dizem que um dos grandes problemas atuais é a criação de crianças e jovens em famílias não estruturadas. A eles faltam as referências de virtudes e valores transmitidos, ensinados e praticados no relacionamento sadio entre pai, mãe e filhos.

Uma boa maneira de iniciar uma família bem estruturada é com o matrimônio, não o casamento. Muitos casais hoje “se juntam”, casam com a perspectiva consciente ou inconsciente do “se não der certo, separo”. Estão casando-se com seu projeto de vida, com seu egocentrismo, com a busca egoista da sua felicidade. E isto ocorre, inclusive, na maioria dos casamentos celebrados na Igreja, que não são válidos como matrimônio diante de Deus, pois não existe o “sacramento do casamento”.

Cristo nos oferece o sacramento do matrimônio, onde “o homem deixará seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne” (Mt 19,5; Mc 10,7; Ef 5,31; Gn 2,24). Ser uma só carne significa doação integral, projeto de vida comum, geração, criação e educação dos filhos e conquista da felicidade na busca da felicidade do outro. E mais: no sacramento convidamos Cristo a fazer parte do nosso matrimônio, que passa, na verdade, a ser a três: marido, esposa e Deus.

Convocamos os casados a assumirem seu matrimônio. Os que se juntaram, venham à Igreja e procurem o Sacramento do Matrimônio. A Pastoral Familiar pode orientar e ajudar vocês. Os que se “casaram na igreja”, renovem seu compromisso matrimonial. Mesmo um matrimônio inválido no momento de sua celebração pode ser convalidado por uma vida de testemunho e dedicação de um cônjuge para o outro e para os filhos.

Aos jovens, já a partir da adolescência, convidamos a conhecer o sacramento do matrimônio e refletir sobre a família e temas ligados, tais como castidade pré-matrimonial, procriação e bioética, criação dos filhos, planejamento familiar, contracepção e outros. Fiquem atentos, pois a Pastoral Familiar, em conjunto com outras pastorais da nossa paróquia, vai oferecer palestras, cursos e outros meios para ajudá-los nesta empreitada.